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CHEVROLET  1949~1954
Redesenhados em 1949, os novos Chevrolet
seriam os carros mais populares da época.

   O modelo lançado para o ano de 1949 era mais espaçoso que os anteriores, apesar de ter a distância entre eixos e o comprimento total ligeiramente menores. O conforto extra foi conseguido deslocando-se o motor um pouco mais para a frente.

   O carro era mais baixo e ganhou área envidraçada 30% maior que a do modelo 1948. As linhas fora modernizadas e faziam o carro parecer maior, lembrando um pequeno Cadillac. As linhas foram mantidas até 1952, com pequenas mudanças na grade dianteira, frisos, painel, e para-lamas traseiros.

   Na parte mecânica grandes aperfeiçoamentos foram feitos no câmbio: Continuava a ter três marchas, mas ganhou um trambulador que permitia mudanças suaves e rápidas, sem a necessidade do problemático sistema de "assistência à vácuo" usado nos Chevrolet do início dos anos 40.

chevy_keith_motor.jpg (13126 bytes)   Outra grande melhoria foi feita no sistema de freios, com adição de sapatas 8% maiores e interligadas num sistema auto-ativante, de modo que a energia do tambor de freio girando era aproveitada para o sobre-acionamento do sistema. Assim, o 51 freia melhor, com menos pressão no pedal.

1951 - UM ANO MÁGICO: Neste ano, o Chevrolet era um carro mais bonito, aperfeiçoado e já livre de todos os pequenos problemas que normalmente se revelam após uma mudança de linha, como a que ocorreu em 1949. A estilização encontrou seu ponto máximo e todos os ajustes já haviam sido feitos, testados e aprovados.

A PROVA DE FOGO

Pesquisa feita pela revista "Popular Mecanics" em agosto de 1951 entre os possuidores de Chevrolets desse mesmo ano:

Classificação geral do carro:
90% - Excelente ou Bom
9% - Regular
1% - Ruim
As qualidades mais apreciadas:
99% - Estilo
96% - Freios
95% - Visibilidade
92% - Qualidade de marcha
100% - Satisfeitos com o consumo -  (8,5 Km/L em estrada, 7,25 Km/L na cidade)
98% - Dispostos à comprar outro carro da mesma marca, quando for necessário
Um novo modelo: O Bel Airbelair51

   Cupê sem coluna, capota de aço fina, quase plana, pára-brisas mais baixos e uma inédita janela traseira envolvente, de três seções, que proporcina uma visibilidade excepcional e compõe com leveza as linhas do carro.

   O chassi era reforçado, como nos conversíveis, para compensar a menor rigidez da capota.

   A nova linha de produtos Chevrolet do pós-guerra foi apresentada pela primeira vez ao público em janeiro de 1949, no Waldorf Astoria de Nova York, juntamente com os demais lançamentos da família GM - Cadillac, Buick, Oldsmobile e Pontiac.

   O Bel Air chegou a ser apresentado nessa ocasião, mas somente foi produzido em série a partir do ano de 1950.

   Nesse ano, essa versão vendeu 76 mil unidades, 103 mil em 1951 e quase 75 mil no difícil 1952,  com racionamentos diversos devido à guerra da Coréia.

Material cedido por Aldo Tedesco (tedescomkt@ez.com.br)

RESUMO PARA O ANO DE 1952:
MOTOR O mesmo motor foi utilizado nas duas versões de acabamento: Seis cilindros em linha, refrigeração líquida,  capacidade cúbica de 3.550 cm3 (216"), bloco de ferro fundido, compressão de 6,6:1 e potência de 92 HP à 3.400 RPM.
No caso de o veículo ser equipado com transmissão automática Powerglide, o motor possuía capacidade de 3.860 cm3 (235"), compressão de 6,7:1 e potência de 105 HP à 3.600 RPM.
TRANSMISSÃO Câmbio com alavanca de acionamento na coluna de direção.
- "Sincromesh":  Mecânico com três marchas a frente e marcha-a-ré, ou;
- "Powerglide" :  Automático com duas velocidades e cinco posições: "low", "drive", "neutral", "park" e "rew".

   No Brasil, a preferência dos consumidores foi maciça pela caixa mecânica, por receio dos altos custos de manutenção das automáticas e do maior consumo de combustível.
CHASSI Distância entre-eixos de 2.921 mm, para todas as versões.
FABRICAÇÃO 185.090 dos modelos "Special" e 1.044.896 dos modelos "DeLuxe"
VEL. MÁXIMA 145 Km/Hora
CONSUMO 8,5 Km/L em estrada, 7,25 Km/L na cidade

MOTOR - UM CASO À PARTE

Projetado em 1937, o motor Chevrolet 216" era resistente e confiável. Continuou a ser usado por quatro décadas em carros de passeio e utilitários, como os primeiros Opala e a Veraneio. Também deu origem ao motor do Chevrolet Omega 4.1, após um extenso aprimoramento.

  Entre os anos de 1949 a 1954, dois motores foram utilizados pela Chevrolet - o de 216 polegadas cúbicas (3,6 litros) e o de 235 polegadas cúbicas (3,9 litros), sendo que deste último houveram também várias versões. Nessa época a potência era medida "bruta", sem ventilador, dínamo, transmissão e outros acessórios, que nesse carros consomem por volta de sete hp.

  A opção pelo câmbio automático "powerglide" se iniciou no modelo 1950. Todos os carros equipados com essa transmissão usavam uma versão de motor mais potente para compensar a perda de potência que este câmbio gerava.

  Nos anos 50, era comum as montadoras darem nomes a seus motores, para fins de propaganda. No caso dos motores Chevrolet de 6 cilindros em linha eram chamados genericamente de "Stovebolt", porém, dependendo da fonte, esse  nome é dado para os motores 235" e mais modernos (1952-) ou para todos os motores "6 em linha" produzidos desde 1929 até 1962. porém há outros nomes ano a ano, conforme o quadro abaixo.
 

1949        
Modelo Transmissão Motor Potência Compressão
Special Manual 216" 'Thrift-master' 92 HP 6,6:1
Deluxe Manual 216" 'Thrift-master' 92 HP 6,6:1
         
1950        
Modelo Transmissão Motor Potência Compressão
Special Manual 216" 'Thrift-master' 92 HP 6,6:1
Deluxe Manual 216" 'Thrift-master' 92 HP 6,6:1
Deluxe Powerglide 235" 'Thrift-King' 105 HP 6,7:1
 
1951        
Modelo Transmissão Motor Potência Compressão
Special Manual 216" 'Thrift-master' 92 HP 6,6:1
Deluxe Manual 216" 'Thrift-master' 92 HP 6,6:1
Deluxe Powerglide 235" 'Thrift-King' 105 HP 6,7:1
         
1952        
Modelo Transmissão Motor Potência Compressão
Special Manual 216" 'Thrift-master' 92 HP 6,6:1
Deluxe Manual 216" 'Thrift-master' 92 HP 6,6:1
Deluxe Powerglide 235" 'Thrift-King' 105 HP 6,7:1
         
1953        
Modelo Transmissão Motor Potência Compressão
150 Manual 235" 'Thrift-King' 108 HP 7,1:1
210 Manual 235" 'Thrift-King' 108 HP 7,1:1
210 Powerglide 235" 'Blue Flame 115' 115 HP 7,5:1
Bel Air Manual 235" 'Thrift-King' 108 HP 7,1:1
Bel Air Powerglide 235" 'Blue Flame 115' 115 HP 7,5:1

* Há fontes que indicam o uso do motor 216" de 92HP nos modelos "sedan delivery" de 1953

         
1954        
Modelo Transmissão Motor Potência Compressão
150 Manual 235" 'Blue Flame 115' 115 HP 7,5:1
150 Powerglide 235" 'Blue Flame 125' 125 HP 7,51
210 Manual 235" 'Blue Flame 115' 115 HP 7,5:1
210 Powerglide 235" 'Blue Flame 125' 125 HP 7,5:1
Bel Air Manual 235" 'Blue Flame 115' 115 HP 7,5:1
Bel Air Powerglide 235" 'Blue Flame 125' 125 HP 7,5:1

O motor 235" de 125 HP é chamado de "Y". A maior potência advém do comando de válvulas com maior levantamento e novos tuchos de válvula hidráulicos.

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Motores usados nos Chevrolet de 1949 a 1954

  Todos são motores de "curso longo" (curso do pistão maior que seu diâmetro), o que lhes dá a tendencia de obter funcionamento suave, bom torque em baixas rotações e combustão mais completa, pois o percurso da frente de chama no momento da queima é menor e as perdas de calor diminuem -- com benefícios ao consumo e emissões de poluentes.

216"
  Este motor desloca 216 in³ (3.6 L) através de 6 pistões com 3,5" (88.9 mm) de diâmetro e 3,75" (95.25 mm) de curso, produzindo 92 HP a 3.400 rpm. Seu virabrequim tem quatro apoios e não, ao contrário dos motores mais modernos, não utiliza um sistema completo de lubrificação forçada, sendo esta restrita aos balancins (no cabeçote) e aos mancais fixos do virabrequim - os mancais das bielas eram lubrificados por pequenas chapas (chamadas de "pescadores") presas às bielas e que atingiam o óleo no cárter a cada revolução do virabrequim. Esse sistema apresentava falhas em longas subidas ou descidas, situação em que o primeiro ou o último cilindro, respectivamente, tinham sua lubrificação reduzida.


235"

  Com a advento das transmissões automáticas Powerglide em 1950, e como nestas havia grande perda de potência, a Chevrolet instalava nos carros com esse opcional uma nova versão do 6-em-linha, o 235" (3.9 L). Além da cilindrada maior, trazia tuchos hidráulicos e em sua versão de 1953, um sistema completo de lubrificação forçada. Nesse mesmo ano (1953), duas versões foram utilizadas: A de 108 hp (a 3.600 rpm) com tuchos mecânicos e outra de 115 hp (nas mesmas 3.600 rpm) com tuchos hidráulicos, esta para uso com os câmbios automáticos. Em 1954, uma versão com um novo comando de válvulas desenvolvia 125 hp (a 3.700 rpm). Este motor, em várias versões, foi produzido até 1962 e também utilizado pelo caminhões GMC.

  Como curiosidade, esse motor também foi utilizado nos primeiros anos do Corvette, porém com várias alterações que aumentaram sua potência para 150 hp a 4200 rpm: Carburação tripla, válvulas e portas aumentadas, taxa de compressão de 8:1, cabeçotes de alta performance e escapamento esportivo.

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A Evolução dos Suportes

  Nos modelos 1949,1950 e 1951 o motor era fixado ao chassis por três suportes - dois dianteiros e o terceiro sob a transmissão. Em adição, havia dois suportes laterais com a função de estabilizar o motor nas acelerações e desacelerações, evitando que este inclinasse em demasia pelo efeito do torque gerado.

  No modelo 1952 e seguintes os suportes dianteiros foram colocados nas laterais do motor e foram eliminados aqueles específicos para o controle da inclinação do bloco. O suporte traseiro continuou na mesma posição. Esse novo arranjo foi mantido pela Chevrolet por muitos anos nos motores 6-em-linha e inclusive em muitos V8 de menor cilindrada da década de 60.

Bibliografia (conflitante em alguns detalhes):
Servicio Mecânico del Chevrolet - Edmundo Benoist
American Car ID Numbers 1950-59
http://en.wikipedia.org/wiki/Chevrolet_Straight-6_engine
http://www.secondchancegarage.com/public/468.cfm
http://www.1953chevrolet.com/1954_Models.htm

http://chevy.tocmp.com/chevyresto/51027.htm

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